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FOGO estreia com sucesso a ópera Cavalleria Rusticana

Em 31/05/19 17:29.

Parceria entre UFG e Prefeitura de Goiânia, o Festival de Ópera de Goiânia (FOGO) obteve lotação de público no Teatro Basileu França

 

 

 

 

Texto e Fotos: Fabrícia Vilarinho

 

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Resultado da parceria entre UFG e Prefeitura de Goiânia, a primeira das quatro montagens que integram a programação do Festival de Ópera de Goiânia (FOGO) estreou no último dia 17 de maio, sexta-feira, no Teatro Basileu França. Trata-se da ópera Cavalleria Rusticana, do italiano Pietro Mascagni (1863-1945), que narra a tragédia romântica dos personagens Turiddu, Santuzza, Lola e Alfio, uma história permeada pelo ciúme, traição e morte.

 

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Representante do estilo denominado “verismo”, a ópera foi interpretada pela primeira vez no ano de 1890 em Roma, Itália, sendo repetidamente encenada na atualidade. As duas apresentações da Cavalleria Rusticana realizadas na capital goianiense, em 17 e 18 de maio, obtiveram lotação de público demonstrando que há muitos apreciadores do estilo operístico em Goiânia.

 

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Na estreia, o maestro da Orquestra Sinfônica de Goiânia e um dos coordenadores do FOGO, Eliseu Ferreira, agradeceu a prefeitura de Goiânia, Secult, UFG, EMAC, governo de Goiás, Teatro Basileu e Sesi, enfatizando que a realização de um festival que apresenta profissionais com tamanha relevância, muitos reconhecidos internacionalmente, só foi possível por meio dessas parcerias. “Realizar muito com poucos recursos e com tal qualidade, foi resultado de muito trabalho e apoio entre os parceiros, pois faremos quatro óperas com o valor despendido para finalizar apenas uma em outros lugares”.

 

Para realização da montagem foi mobilizada uma equipe de cerca de 160 pessoas, entre integrantes da Orquestra Sinfônica de Goiânia, Coro Sinfônico de Goiânia, Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, Coro Sinfônico Jovem de Goiás, cantores convidados, profissionais da produção como técnicos de áudio, iluminação, cenário; além de professores, alunos e técnicos administrativos da UFG.

 

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A personagem central da trama, Santuzza, foi interpretada pela professora de canto da Universidade Federal de Uberlândia, Poliana Alves: “Adorei o convite porque a ópera é uma linha musical que cativa o público, especialmente a Cavalleria Rusticana, que possui uma música forte, impactante”. Poliana acrescenta que foi necessário um tour de force da equipe para que apresentassem esta produção da melhor forma possível: “O grupo ensaiou intensamente e, com o auxílio de todos os envolvidos, trabalhamos para apresentar esta produção da melhor forma possível. O resultado ficou encantador”.

 

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Turiddu foi interpretado por Hélenes Lopes, tenor do Coro Sinfônico de Goiânia desde 2001, que considerou esta atuação um de seus maiores desafios: “Turiddu é um personagem complexo e sua preparação exigiu bastante estudo. Assisti várias montagens atentando para a época encenada, o que poderia e não deveria fazer no palco”. O tenor é egresso da Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da UFG e ressalta a qualidade da formação recebida: “Os professores de canto da EMAC são excelentes, a Escola é muito conceituada. Saímos da universidade com uma bagagem muito sólida para enfrentarmos desafios como este”.

 

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Patrícia Mello, soprano da Orquestra Sinfônica de Goiânia, representou a personagem que é a causa da discórdia no enredo: “A Lola abandona Turiddu por Alfio e, na tentativa de reconquistar sua antiga paixão, causa todo o dilema”. Patrícia, assim como seus colegas de elenco, elogia a direção dedicada de Jonatas Tavares e o cuidado do pianista ensaiador e produtor Carlos Costa: “O Jonatas trouxe o melhor de nossa interpretação e o Carlos pensou em cada detalhe da produção”. Para a soprano, é preciso dar continuidade a este festival goianiense que apresenta produções encenadas no Rio, São Paulo e Manaus, cidades que possuem tradição operística. Há quinze anos em Goiás, Patrícia conta que se mudou do Paraná para estudar na EMAC: “Vim para estudar em Goiânia, pois aqui se exporta muitos músicos e cantores reconhecidos fora do Estado”.

 

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Jadson Alvares representa Alfio, um carroceiro abastado que ocupa uma posição de repeito e deferência na cidade siciliana em que se passa a história. Jadson é baixo do Coro Sinfônico de Goiânia e, assim como muitos intérpretes da Cavalleria Rusticana, é ex-aluno da EMAC, formando em musicoterapia e canto. O cantor mudou-se de Maceió para estudar música na UFG sob a tutela do professor Ângelo Dias: “Goiânia é um centro de talentos e professores excelentes”. Jadson parabeniza a produção do festival, enfatizando a organização e o tempo destinado ao ensaio da equipe: “Em espetáculos que envolvem grande estrutura e muitos integrantes como ocorre com a ópera, às vezes é difícil conciliar as agendas da orquestra, coro sinfônico e demais participantes, mas tivemos o privilégio de nos prepararmos com muitos ensaios”.

 

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O professor da EMAC, Carlos Costa, bastante elogiado pelos integrantes da ópera, está satisfeito com o resultado da produção: “Participei anteriormente de algumas montagens operísticas em que estive envolvido na direção musical; mas na Cavalleria Rusticana fui o responsável por acompanhar os ensaios do elenco ao piano, acertar os horários, locais e quantidade de ensaios, conseguir alguns elementos cênicos e organizar os camarins para que o elenco se sentisse confortável”. Para o professor, o orçamento reduzido foi um desafio mas não um impedimento para que apresentassem um espetáculo de qualidade: “Tivemos que adaptar alguns recursos, mas com o apoio do maestro Eliseu Ferrreira e a criatividade do Jonatas Tavares, que soube com muita competência valorizar outros aspectos como a iluminação, por exemplo, não comprometemos a produção”.

 

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O diretor cênico, Jonatas Tavares, experiente em montagens operísticas inclusive no exterior, percebe a ópera como um espetáculo completo: “engloba canto, teatro, circo, iluminação, ou seja, encenação e música. A Cavalleria Rusticana é uma obra prima e o resultado só foi o esperado pela qualidade dos profissionais envolvidos. O elenco, a prefeitura, representada pelo maestro Eliseu Ferreira, e a equipe da UFG estão de parabéns!”.

 

Sobre a produção cênica, o diretor optou por uma abordagem minimalista mediante os recursos disponíveis: “A música e coro bem interpretados são essenciais na ópera. Como a obra é atemporal, não existe a obrigatoriedade de apresentar um cenário siciliano, pois o foco está na essência da história”. Para o diretor, “Goiânia tem público para as óperas, a casa estava cheia nas duas apresentações”.

 

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Para Eliel Ferreira, diretor musical da Cavalleria Rusticana e maestro da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, preparar a orquestra jovem para apresentar uma das principais óperas do verismo foi um desafio: “Esse espetáculo exige muita concentração e foco, necessita que o instrumentista esteja simultaneamente atento ao maestro e solistas, ao mesmo tempo em que precisa ser flexível para alcançar a exatidão”. De acordo com o maestro, os jovens responderam muito bem ao que lhes foi solicitado, resultando em uma das melhores óperas apresentadas em Goiânia até o momento.

 

Kleber Adorno, Secretário Municipal de Cultura, acredita que o resultado apresentado consolida a parceria entre prefeitura e UFG: “Toda vez que o Edward assume como Reitor e eu como Secretário de Cultura, desde 2005, nós trabalhamos juntos. Experiências como esta ópera só fazem com que o município, a Secult e a UFG, por intermédio da EMAC e Proec, fortaleçam cada vez mais essa parceria”.

 

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Edward Madureira, reitor da UFG, descreve a Cavalleria Rusticana em uma palavra: emocionante. “Proporcionar espetáculos com essa qualidade para a população é um dos papéis da universidade. Preservar e fortalecer parcerias como essa entre UFG, prefeitura, Secult, Basileu, todos os envolvidos, é a universidade fazendo seu papel em propiciar arte e cultura”.

 

O diretor da EMAC, Eduardo Meirinhos, considera que o sucesso do FOGO nas duas apresentações realizadas até o momento demonstram que a parceria interinstitucional entre prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), e Universidade Federal de Goiás, por meio da EMAC e Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), são bastante profícuas para a sociedade. “A extensão da universidade e prefeitura junto à comunidade resultou em um espetáculo magnífico, como poucos nesse passado recente da ópera em Goiás”.

 

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O Festival de Ópera de Goiânia (FOGO) continua com as apresentações até 3 de julho. No total serão apresentadas quatro títulos, duas óperas encenadas, Cavalleria Rusticana e Amahl e os visitantes da noite, e duas em forma de concerto, Il Pagliacci e O Barbeiro de Sevilha. Confira a programação completa no site www.emac.ufg.br 

 

Este evento foi uma realização da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás, uma universidade pública brasileira, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia.

 

 

 

 

 

Fonte: Núcleo de Comunicação EMAC

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