Conexões Cênicas - apresentação dos espetáculos "Ratos no Fim do Corredor", "Urros do Ipiranga" e "No fundo do poço"
Event
: LACENA - Laboratório de Estudos do Espetáculo e Artes da Cena / EMAC, campus 2
: April 17 - 19, 2023
Nos dias 17, 18 e 19 de abril o Laboratório de Estudos do Espetáculo e Artes da Cena - LACENA, recebe o projeto Conexões Cênicas, realizado pelo Grupo Bastet.
O projeto Conexões Cênicas, que conta com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia, consiste em um conjunto de seis apresentações e oficinas teatrais gratuitas. É realizado no intuito de fomentar a cultura no estado de Goiás e contribuir para formação de artistas através de oficinas e levar arte de qualidade para o público.
As apresentações compõem a programação de abertura do semestre letivo 2023/1 do PPG Artes da Cena da EMAC-UFG.
SERVIÇO:
Espetáculo “Ratos no Fim do Corredor” - Coletivo Justina
O projeto Conexões Cênicas, que conta com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia, consiste em um conjunto de seis apresentações e oficinas teatrais gratuitas. É realizado no intuito de fomentar a cultura no estado de Goiás e contribuir para formação de artistas através de oficinas e levar arte de qualidade para o público.
As apresentações compõem a programação de abertura do semestre letivo 2023/1 do PPG Artes da Cena da EMAC-UFG.
SERVIÇO:
Espetáculo “Ratos no Fim do Corredor” - Coletivo Justina
Dia 17 (segunda-feira)
Horário: 20h
Local: Lacena EMAC-UFG
Entrada gratuita
Espetáculo “Urros do Ipiranga” - Laborsatori
Espetáculo “Urros do Ipiranga” - Laborsatori
Dia 18 (terça-feira)
Horário: 20h
Local: Lacena EMAC-UFG
Entrada gratuita
Espetáculo “No fundo do poço" - Grupo de Teatro Arte & Fatos
Espetáculo “No fundo do poço" - Grupo de Teatro Arte & Fatos
Dia 19 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Lacena EMAC-UFG
Entrada gratuita
Sobre os espetáculos:

Ratos no fim do corredor: O espetáculo é um drama escrito por Hugo Zorzetti, em 1978, que recebe o título de A Barbearia ou Ratos no Fim do Corredor. A história narra o encontro entre o barbeiro Sousa e um Rapaz, em uma barbearia.
Enquanto corta o cabelo do Rapaz, Souza vai contando a sua história de vida, ressaltando sua tradição de sempre abrir o salão às quinze pras sete e fechar às quinze pras dez. O jovem que, durante um tempo, ouve tudo sem expressar nenhuma reação, após a conclusão do serviço prestado, dá início a uma conversa aparentemente despretensiosa, mas que, aos poucos, expõe uma série de ironias e provocações, atingindo diretamente a vida particular do barbeiro.
A peça evidencia o conflito de gerações: de um lado o velho, o tradicional, representado pelo Sousa, e do outro lado a ruptura, o novo representado pelo Rapaz. O barbeiro é caracterizado como alguém preso aos hábitos, à tradição, metódico, preconceituoso, avesso às mudanças. O Rapaz, por outro lado, prega a liberdade e a quebra de paradigmas.
Tendo em vista que a obra foi escrita durante a ditadura militar, o autor se socorreu de metáforas, conotações e simbolismos para só assim poder falar da realidade sócio-política da época. A ideia de tradição, defendida pelo Sousa, simboliza o sistema opressor e autoritário, enquanto o Rapaz propõe a resistência e a mudança na estrutura social vigente.


Urros do Ipiranga: Urros do Ipiranga é um mergulho farsesco ancorado numa ficção cômico-futurista que retrata as rachaduras de nosso tecido social. Utilizando o lema da bandeira brasileira como leitmotiv, ele explora os subterrâneos do fascismo contemporâneo, estruturado no tripé moral-pátria-espiritualidade. O mesmo tripé que busca destruir ao se proclamar dele defensor. Urros do Ipiranga é um riso nervoso sobre a realidade contemporânea não só do Brasil, mas de todo o mundo. Do ponto de vista visual, o espetáculo faz uso de recursos audiovisuais e de uma poética minimalista ancorada em objetos simbólicos desgastados/destruídos e ambientação impessoal que remete à ideia de uma sala de tortura de localização não determinada.

No fundo do poço: Com dramaturgia e direção de Danilo Alencar, No fundo do poço conta a história de Dito e os dois filhos, Ditinho e Detinha. Os três vivem em extrema pobreza em uma fazenda. Depois que a mãe foi embora, Detinha tem que cuidar da casa e do irmão caçula e questiona as inúmeras obrigações das mulheres. Ditinho nutre a esperança de que a mãe logo volte. Já o pai, um sujeito severo e obsessivo, carrega nos ombros a culpa e o peso da praga que a esposa lhe rogou antes de ir embora. Os três esperam a vinda da Folia de Reis como se fosse um lampejo de felicidade.
No fundo do poço é um drama denso, cheio de mistérios e que traz muito das nossas raízes rurais. As rezas, a Folia de Reis, a vida simples do homem do campo, cheia de crendices e tradições. A peça faz o público ficar em suspense: Onde está a mãe? Será que ela volta? Que segredo o pai carrega? E, como não poderia deixar de ser, No fundo do poço tem um final surpreendente.