Professoras e alunos do curso de Musicoterapia da EMAC participam de ato no Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Estudantes do curso de graduação em musicoterapia da EMAC organizados pelas professoras Tânya Marques Cardoso (EMAC) e Fernanda Valentim (EMAC), em conjunto com a professora Ana Maria Alonso Krischke (FEFD), participaram do "Ato do Dia Nacional da Luta Antimanicomial", ocorrido na Praça Cívica em Goiânia, dia 18/5. O grupo acompanhou a ação tocando percussão e cantando juntamente com o bloco de ritmos brasileiros do Coletivo Desencuca. 

Estudantes, docentes, trabalhadores e usuários de diversos serviços de saúde mental de Goiânia, familiares e sociedade civil se uniram nessa data para entoar letras em defesa do direito a um tratamento digno e de qualidade em saúde mental. 

De acordo com a professora Tânya Cardoso, pesquisadora da área, o bloco do Desencuca está há mais de 10 anos produzindo música na chamada "dimensão sociocultural da reforma psiquiátrica brasileira". Ela analisa que canções como "Camisa de Força" e outras composições do coletivo são uma afirmação da vida e da liberdade, bem como representam a ruptura com a forma universalizante e hegemônica de tratar questões mentais: centradas na internação e/ou na medicalização.

O Dia Nacional da Luta Antimanicomial, instituído em 1987, é um lembrete da necessidade de interromper as práticas de violência, tortura e depósito de seres humanos que ocorriam em hospitais psiquiátricos no Brasil e no mundo. Para a professora Tânya, a sociedade costuma repetir suas memórias traumáticas na medida em que as negam, representando uma divisão importante. "Em Goiânia, essa divisão é visível nas ruínas da demolição do antigo hospital psiquiátrico Adauto Botelho, substituído pelo prédio do Centro de Reabilitação - CRER, que ao mesmo tempo em que deixa marcas do trauma social, tenta apagá-lo e silenciá-lo, conforme análise de Douglas Duarte Nunes e outros autores publicada em 2021", analisa. 

Com a participação neste ato, o bloco do Desencuca retoma, após a pandemia, a ocupação dos espaços públicos. A Nação Afro Coró de Pau também esteve presente para fortalecer a musicalidade desse momento histórico e tem participado há anos desse movimento, em várias ocasiões.