Musicoterapia no processo de seleção de pessoas

Os alunos de graduação em Musicoterapia da Universidade Federal de Goiás conduziram uma das etapas do processo seletivo para a vaga de estoquista na empresa Dental Adelar, em Goiânia, na manhã do dia 06 de dezembro. O processo seletivo foi coordenado pela Psicóloga Hellen Brenda Rodrigues Costa Sampaio, da empresa Corporee Thalentos.

Como atividade prática da disciplina Musicoterapia Organizacional, ministrada pela professoras Fernanda Valentin e a musicoterapeuta convidada Priscila Raquel da Silva, os estudantes planejaram uma ação utilizando jogos musicais para avaliar os candidatos. A proposta é fundamentada no trabalho de Silva, Valentin e Costa (2023) que entendem que a inserção da musicoterapia na seleção de pessoas contribui para a identificação das competências dos candidatos ao proporcionar um ambiente de colaboração, coesão grupal e comunicação espontânea. 

“O musicoterapeuta é um profissional que contribui com o uso da música, com seu olhar e escuta diferenciados no momento da seleção dos candidatos. Os jogos de improvisação com a voz, percussão corporal e movimento, em grupo, favorecem que as competências dos candidatos sejam explicitadas com maior facilidade. Nesse processo, tanto a organização, quanto os candidatos, ganham pela realização de um processo com menor tensão e maior chance do candidato mostrar suas competências ao cargo desejado”, comenta Fernanda. 

Para Priscila, “é muito gratificante ver o quanto a Musicoterapia é eficaz em diversos contextos, e no ambiente organizacional, em específico no processo de seleção de pessoas, foi possível constatar que a música pode ser utilizada para avaliar habilidades não musicais necessárias para a vaga e ao mesmo tempo proporcionar para os candidatos um processo seletivo mais humanizado”.

Parte dos estudantes conduziram os jogos e parte foram avaliadores que utilizaram um protocolo com uma escala do tipo Likert, com competências possíveis de serem observadas em cada jogo musical. Por exemplo, no jogo musical “flecha”, em que na sua versão mais simples, sem pulso definido, uma pessoa olha para outra e passa uma palma e quem recebe faz o mesmo e assim por diante, avaliou-se competências como rapidez/agilidade, atenção, memória e controle emocional, necessárias para o bom desempenho da função de estoquista. Ao final da ação os seis candidatos participantes pontuaram que gostaram de participar da experiência, e apesar de se sentirem desafiados e surpreendidos no começo, ao final estavam tranquilos e engajados.

A estudante do oitavo período do curso de musicoterapia Jháred Emanuelle Ribeiro pondera que “a musicoterapia organizacional tem uma relevância importantíssima no mercado de trabalho e isso foi percebido durante o processo seletivo. Vimos os candidatos tensos,ansiosos e trazer um pouco de ludicidade e atividades musicais fez com que esse momento fosse menos difícil, um momento de poder aprender algo a mais e descontrair”.

Para mais informações sobre o tema:
Silva, M. M.; Valentin, F.; Costa, F. N. (2023) A Musicoterapia na seleção de pessoas por competências. In: Valentin, F.; et al., Encontros em Musicoterapia: temas em ensino, pesquisa e extensão - Volume 2. Editora CRV: Curitiba.