
Rafael Bogéa conquista aprovação no programa Konzertexamen da Alemanha
Aluno egresso da EMAC foi aceito com nota máxima no conceituado curso de performance musical
Mais um ano de conquistas na trajetória acadêmica e profissional de Rafael Bogéa, aluno egresso da Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC). Em abril de 2023, Rafael iniciou o Konzertexamen, um programa de doutoramento focado em performance da Escola de Música Robert Schumann em Düsseldorf, Alemanha. Em meio à uma intensa rotina de estudos e preparação para um concerto, ele conversou com a Ascom sobre seus estudos na Europa e formação na EMAC.
A graduação em Música na EMAC
Rafael Bogéa, formou-se no curso de graduação em Música Bacharelado - instrumento violão, na Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da UFG em 2018. O brasiliense iniciou a graduação em música na Universidade de Brasília (UnB) em 2013, sob orientação do professor Eustáquio Grilo. Em 2015 transferiu-se para a Universidade Federal de Goiás (UFG) após participar de um masterclass ministrado pelo professor Eduardo Meirinhos na capital federal.
Sobre Eduardo Meirinhos, professor de violão e atual diretor da EMAC no exercício de sua terceira gestão, Rafael explica que a trajetória de sucesso profissional do docente e de muitos de seus ex-alunos na Europa contribuíram para a decisão de transferir o curso para a UFG. "Após minha transferência da UnB, estudei dois anos e meio na EMAC. Este período foi de muito aprofundamento, adquiri repertório e recebi ferramentas técnicas que foram essenciais para que obtivesse êxito em minha aplicação, primeiramente ao programa de mestrado, e agora de doutorado na Alemanha. Cresci muito sob orientação do professor Eduardo, que inclusive percorreu a mesma trajetória que sempre quis seguir, com mestrado e doutorado na Alemanha, além de bolsa do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), uma bolsa totalmente financiada pelo governo alemão para estrangeiros estudarem no país", explica.
Rafael faz questão de frisar a importância da área de violão da UFG em sua formação acadêmica. "Aprendi muito também com os professores Pedro Martelli e Werner Aguiar. O núcleo de violão na EMAC é muito forte. Foi importante para mim ter um grupo na universidade dedicado à música popular brasileira com bons professores como Júlio Lemos e Fabiano Chagas, por exemplo. Na EMAC há um ambiente muito rico para o estudo do violão, com eventos anuais como a Semana do Violão, Festival Internacional de Música, além de frequentes concertos, palestras e aulas direcionadas ao violão clássico e popular, à harmonia e arranjo. Tudo que aprendi na graduação foi essencial para o sucesso de minha aplicação ao mestrado, para conquistar as bolsas que recebi", afirma.
Apresentação de Rafael Bogéa com a Orquestra Sinfônica de Goiânia
O mestrado na Alemanha e aprovação no Konzertexamen
Rafael explica como foi sua preparação e aprovação ao mestrado. "Depois que finalizei a graduação na EMAC, fui para os Estados Unidos aprender inglês, porque não sabia na época. O inglês foi importante até que aprendesse o básico de alemão. De volta ao Brasil, toquei com a Orquestra Sinfônica de Goiânia e gravei este concerto, além de mais algumas peças solo para enviar como material de minha aplicação à bolsa do DAAD alemã. Este repertório foi construído em minha graduação na EMAC. Após alguns meses, recebi a grata notícia de minha aprovação, o que foi uma alegria muito grande. Com esta bolsa, pude estudar por quatro meses a língua alemã, totalmente financiado pelo governo da Alemanha, antes mesmo de iniciar o mestrado", recorda.
O programa DAAD permite que o aluno se aplique para três diferentes universidades alemãs. "Me apliquei para as universidades de música em Munique, Colônia e Düsseldorf. Mas aconteceu de as provas de Munique e Düsseldorf ocorrerem no mesmo dia, e para que eu pudesse fazer as duas avaliações, o professor de Düsseldorf ligou para o professor de Munique e combinaram que eu seria o primeiro a tocar em Munique, pegaria um voo logo após a banca e seria o último a tocar em Düsseldorf. Foi um dia bastante desafiador, mas concordei, não podia perder esta chance. Fiquei muito feliz ao receber as cartas de aprovação das três universidades as quais me apliquei", relembra.
Bogéa optou por continuar seus estudos em Düsseldorf. "Escolhi a Escola de Música Robert Schumann pela identificação com o professor Joachin Clerch, que é cubano e muito reconhecido na Europa, um grande entendedor em violão clássico e popular. Tive o privilégio de trabalhar com o Joachin em vários arranjos, tema que foi, inclusive, objeto de minha dissertação de mestrado intitulada Arranjo de música popular para o violão clássico - como exemplo, o Carinhoso de Pixinguinha. Fiquei feliz ao receber nota máxima neste projeto e também em meu recital de formatura", recorda.
Arranjo composto por Rafael Bogéa para conclusão do mestrado na Alemanha
Para ter sucesso na aprovação do mestrado, Rafael elenca três fatores principais que o auxiliaram: primeiramente, o estudo do instrumento é fundamental; organizar os documentos exigidos pela universidade que você deseja se aplicar, incluindo tradução dos documentos; e também o conhecimento em línguas.
Após finalizar o mestrado com nota máxima em diversos módulos e no recital de formatura, Rafael se aplicou para cursar o Konzertexamen, um conceituado programa de estudos equivalente ao doutorado no Brasil e voltado para a performance musical oferecido na Escola de Música Robert Schumann. "Para este curso só é possível se aplicar até no máximo um ano após o término do mestrado. São pouquíssimas vagas e concorremos com todos os instrumentos, uma competição muito acirrada. A banca é composta por professores de diferentes instrumentos, inclusive o reitor. É uma vitória muito grande conseguir continuar meus estudos aprendendo mais sob orientação do professor Joachin Clerch nesse programa renomado", comemora.
Quelle: Ascom EMAC/ Texto e entrevista por Fabrícia Vilarinho